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A Canção para Crianças – que Canção é essa? Por  Rosy Greca

Parte 3 – O intérprete

Vimos anteriormente que à letra e à música soma-se a voz humana para que seja possível a materialização da canção. É aí que entra a figura do intérprete, o dono da voz. É ele que irá dar corpo à canção, criando uma performance particular segundo seus recursos vocais, interpretativos, gestuais, técnicos e intuitivos.
E aqueles que cantam para crianças? Considero que essa relação entre o artista e a criança deva ser absolutamente sutil, mágica, delicada e inteligente.
Trata-se de uma cumplicidade entre o adulto e a criança, cada qual com sua subjetividade e experiências. Ambos, porém, conscientes do jogo e da brincadeira que a canção lhes proporciona.

O que motiva esses artistas a cantar para crianças? Simples desejo? Sensação de prazer e conforto ao transitar pelo universo infantil? Urgência em elaborar seus próprios resquícios psíquicos infantis, transformando-os em arte para
melhor compreender a si próprios? Provavelmente seja tudo isso e muito mais.
O fato é que todo artista que se dedica à infância precisa, sobretudo, amar e respeitar a criança. Precisa evocar algo da sua própria infância que permaneça vivo dentro de si. Nenhuma obra de arte destinada à infância será possível sem a empatia do artista com a criança e seu mundo. Além disso, precisa amar o seu ofício e se divertir muito com ele, pois o que as crianças fundamentalmente necessitam nos dias de hoje é de muito amor, alegria e diversão.

 

Rosy Greca

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