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Mocilyc – Movimento da Cancão Infantil Latinoamericana y Caribenha

O Mocilyc começou em Havana, Cuba, em 1995, a partir de um encontro de nível continental em que se achavam reunidos can­cionistas, músicos, poetas, intérpretes, pesquisadores, professores, terapeutas, produtores, e artistas voltados ao universo da canção infantil.

Esse primeiro encontro deu origem a outros realizados em Maracaibo, Venezuela (1996), México, DF (1997), Córdoba, Ar­gentina (1999), Bogotá, Colômbia (2001), Belo Horizonte, Brasil (2003), Montevideo, Uruguai (2005), Lima, Peru (2007) e México DF (2009), Argentina (2017), Guatemala (2019)

Entre outros propósitos defendidos pelo movimento destaco os seguintes:

  1. a) impulsionar a comunicação e o intercâmbio artístico e acadêmi­co entre os profissionais atuantes na área;
  2. b) abordar a canção para crianças como obra de arte voltada aos interesses próprios das crianças desde as perspectivas artísti­cas, educacionais, lúdicas e culturais;
  3. c) inserir a canção infantil no âmbito das manifestações populares, estabelecendo o diálogo entre a tradição e a contemporaneidade de forma a fortalecer a identidade cultural de cada país;
  4. d) estabelecer estratégias de ações políticas e culturais que venham a favorecer toda a cadeia produtiva do produto cultural;
  5. e) respeitar e promover a diversidade cultural e a variedade de expressões artísticas;
  6. f) elevar o nível de elaboração conceitual e da qualidade artística das propostas musicais para a infância no continente.38

O Mocilyc integra os seguintes movimentos nacionais: Papa­gayo Azul, no Uruguai (coordenado pelo compositor e intérprete Julio Brum); Movimiento Colombiano de la Canción Infantil, na Colômbia (coordenado por Jorge Sossa), Crim – Creadores Infan­tiles de Chile e Movimento Brasileiro da Canção Infantil, coordena­do por Márcio Coelho e Ana Favaretto.

Papagayo Azul lançou recentemente o portal www.butiá. com.uy – primeira e única loja eletrônica de canções infantis da América Latina – em uma iniciativa que corrobora a urgência de se criarem novos espaços e alternativas no campo da difusão e distribuição dos produtos fonográficos independentes ligados à infância.

Na argentina, temos o Momusi (Movimiento de música para niños), que nasceu quase paralelamente ao Mocylic, mas que não tem vínculo institucional com o mesmo, embora ambos compartilhem dos mesmos ideais e mantenham diálogos entre si. Atuando desde 1997, o Momusi teve como um de seus principais fundadores a compositora, educadora e produtora musical Maria Teresa Cor­ral. Tem por objetivo a realização de ciclos de música, encontros, capacitações, programas educativos além de promover o Encon­tro Nacional da Música Infantil a cada dois anos.

O I Encontro Brasileiro da Canção Infantil, realizado em Ri­beirão Preto-SP, entre os dias 1 e 4 de julho de 2010, sob a curadoria de Márcio Coelho e Ana Favaretto, reuniu cancionistas, músicos, professores e pesquisadores comprometidos com a can­ção infantil. Na ocasião, os participantes selecionados realizaram apresentações artísticas, oficinas, palestras, mesas redondas e fun­daram, conforme a meta preestabelecida pela organização do Encontro, o Movimento Brasileiro da Canção Infantil sobre o qual Márcio Coelho nos fala:

O Movimento Brasileiro da Canção Infantil já nasce ligado ao Movimento da Canção Infantil Latino-americana e Ca-ribenha e tem por objetivo reunir artistas, professores e pes­quisadores que se ocupem responsavelmente da música ou da canção feita por ou para crianças.

O II Encontro Brasileiro da Canção Infantil aconteceu no mês de maio de 2014, na cidade de Curitiba e teve como idealizadores e coordenadores as compositoras e produtoras culturais Mara Fontoura e Rosy Greca e os compositores e professores universitários Lydio Roberto e Indioney Rodrigues.

Também são objetivos do Movimento:

  1. Congregar o maior número possível de profissionais brasileiros ligados ao fazer musical e cancional direcionado ao público in­fantil;
  2. Discutir a produção musical e cancional brasileira para crian­ças;
  3. Aumentar a participação brasileira nos encontros bianuais pro­movidos pelo Movimento da Canção Infantil Latino-Americana e Caribenha;
  4. Promover encontros bianuais, nos anos em que não acontecem os encontros do Movimiento Canción Infantil Latinoamericana y Car­ibeña;
  5. Criar mecanismos de divulgação da produção cancional e acadêmica de seus membros.

Certamente essa ação político-cultural, na medida em que promova a unidade e a coesão entre artistas, produtores e de­mais profissionais oriundos das diversas regiões, será capaz de mudar o rumo desse gênero de canção no país, atraindo a aten­ção dos meios de comunicação, das gravadoras e distribuidoras, dos órgãos governamentais, dos departamentos de marketing das empresas, da sociedade em geral, e em particular da família e da escola, importantes aliadas nesse movimento e principais respon­sáveis pela formação integral e saudável da infância brasileira.

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