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Cada compositor tem seus caminhos, seus métodos, seu jeito de criar. Para alguns a inspiração no processo criativo traz no pacote letra, melodia e por vezes até harmonia, para outros a letra vem antes, ou a melodia inspira a letra… Enfim, são diversos os processos de criação. Para conhecermos um pouco sobre o trabalho de compositores, que dentro da sua seara reservam uma cota de inspiração dedicada à canção, convidamos alguns para deixar aqui registrado o seu ou os seus processos de criação.

Começamos hoje com o compositor Hardy Guedes, residente em Curitiba, com um vasto repertório de canções para adultos e também para crianças. Recentemente lançou o CD REPARANAR que conta por meio de canções a história do Estado do Paraná.

 

 Hardy Guedes

Não tenho um método específico para compor.

Mas, geralmente, escolho o tema sobre o qual quero falar.

Pego o violão e procuro acordes e ritmos que me levem a compor sobre aquele tema.

Às vezes, começo e paro porque o caminho não me agrada.

De outras vezes, a ideia chega logo e me conduz por um determinado caminho que me satisfaz.

Aliás, o primeiro passo para que o trabalho tenha a “minha cara” é que ele agrade a mim, antes de tudo.

Assim, algumas canções que escrevi, por não chegar aquele detalhe que complemente, que “feche”, levaram até 10 anos para ficarem prontas. Não se pode ter pressa.

Acho fundamental, ainda, que a gente tenha a predisposição de criar. Estar atento, “escutando o mundo” à nossa volta.

Mas a inspiração, muitas vezes, chega de repente, sem que a gente “force a barra”.

De algumas canções, o final veio primeiro e escrevi a música de trás pra frente.

Outras, estava na rua caminhando ou no volante do carro, quando “recebi” o verso parcial ou completo, como no samba “NA DANÇA DAS MARÉS”, que a seguinte quadra me veio inteirinha à mente:

“Vida é vento que me leva,

é corrente que me arrasta…

Pro meu barco naufragar,

uma tormenta não basta!”

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