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A música é um elemento poderoso, que está presente e age nas mais diversas circunstâncias da nossa vida.

Bem, mas de que modo isso acontece? Como é que a música age sobre o ser humano? Visando clarear alguns aspectos da questão, vamos falar um pouco sobre o cérebro.

Isso mesmo sobre o cérebro! Este órgão parecido com uma noz de tamanho avantajado e que controla tudo o que a gente faz desde funções básicas como o andar, a respiração… até a contemplação de uma obra de arte, ou a execução de um instrumento musical por exemplo.

Porque estamos dedicando este espaço para falar sobre o cérebro no contexto da música? Exatamente porque ela, a música, exerce uma grande influência no desenvolvimento deste órgão tão importante, e, se nós, músicos, pais, educadores estudarmos e compreendermos minimamente sobre o assunto, sem medo de errar podemos afirmar que por meio de uma orientação musical mais adequada, estaremos contribuindo para a formação de pessoas mais inteligentes, mais sensíveis, mais adaptadas ao mundo, diríamos até mais felizes!
Comecemos então conhecendo um pouquinho sobre a anatomia do cérebro. Ele é basicamente uma massa de cor cinzenta e rosa com textura bem macia, composta por aproximadamente 86 bilhões de células (até pouco tempo alguns cientistas calculavam este número em 100 bilhões), conhecidas por neurônios. Os neurônios recebem, analisam, coordenam e transmitem informações. A esta intercomunicação entre os neurônios dá-se o nome de sinapse.

O cérebro possui dois hemisférios, o direito e o esquerdo. O hemisfério direito comanda o lado esquerdo do corpo e o hemisfério direito comanda o lado esquerdo. Em 98% das pessoas o hemisfério esquerdo é o dominante, sendo responsável pela linguagem, pelo pensamento lógico, pelo cálculo, análise e solução de problemas. Já o hemisfério direito controla as habilidades não verbais, a intuição, a imaginação, a síntese, entre outras.
A conexão entre os dois hemisférios é feita por meio de diversos feixes de fibras nervosas, sendo o principal deles o corpo caloso, uma estrutura localizada na fissura entre os dois hemisférios, e que faz a integração entre as duas partes. Guarde bem este nome: corpo caloso, na sequência faremos uma observação interessante sobre ele.

Cada área do cérebro é responsável então por uma determinada função. Em diversos livros, revistas e outras publicações que estudam o cérebro podemos encontrar imagens sobre o mapeamento do cérebro indicando as áreas de cada função.

No que se refere à música, estudiosos do mundo inteiro concluíram que anatomicamente não existe um centro neurológico ou uma área específica para a música. A função musical é difusamente presente em várias áreas cerebrais, mesmo em áreas envolvidas com outros tipos de cognição. Como uma atividade neuropsicológica a música requer múltiplas funções cerebrais como a função auditiva para escutar, perceber o ritmo, os timbres, a harmonia, a função visual para ler uma partitura, a função motora para tocar um instrumento ou para reger um orquestra ou coral e as funções cognitivas e emocionais para interpretar e dar sentido à música.

Dentre todas as artes a música é a que tem a maior representação neuropsicológica, relacionando-se diretamente com a afetividade, motivação, controle de impulsos e emoções. Por envolver um armazenamento de símbolos organizados, também estimula a capacidade de retenção e memória, facilitando a aprendizagem.

Em outras palavras, a música ativa diversas áreas do cérebro pra ser processada, ou seja ela faz inúmeras sinapses, estimulando assim os outros conhecimentos nas áreas onde se faz presente. Quanto mais a pessoa ouve música, canta, toca instrumentos, enfim vivencia a música, mais ela desenvolve estas áreas cerebrais, modificando inclusive a anatomia cerebral.

Há estudos que demonstram algumas dessas diferenças anatômicas que ocorrem entre o cérebro de um músico e o cérebro de um não músico, como o estudo de Gottfried Schaug que compara o corpo caloso, aquele feixe nervoso que comentamos anteriormente e que faz a conexão entre os dois hemisférios. Podemos notar que o corpo caloso do músico é anatomicamente maior, demonstrando um maior desenvolvimento desta parte do cérebro.
No mundo inteiro vem sendo feitos estudos sobre os efeitos da música no cérebro desde bebês até adultos com resultados muito interessantes. O fato é que a música modifica o nosso cérebro e consequentemente, tudo o que a ele se refere, seja em termos de comportamento, aprendizado, sentimentos e tudo mais.

O vídeo abaixo, demonstra de forma clara e lúdica os efeitos da música no cérebro humano, complementando as informações deste texto. Sugerimos, assim, a sua apreciação.

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